Agosto Dourado: MPT em Pernambuco Realiza Evento em Defesa da Amamentação
Em alusão ao Agosto Dourado, o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco e o Tribunal Regional do Trabalho promoveram , no último dia 7, o evento “Mulher, Mãe e Trabalhadora: Pelo Direito à Amamentação, à Saúde e à Vida”. O encontro, realizado na sede do órgão ministerial no Recife, reuniu estagiários, membros e servidores do órgão ministerial, magistrados do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6), profissionais de saúde, além de pessoas que trabalham e amamentam. O debate foi conduzido pela consultora de amamentação e influencer digital Rayalle Lacerda, do perfil @umamaeseguraaoutra, pela juíza do Trabalho Andrea Keust e pelo procurador do Trabalho e coordenador do Grupo de Trabalho (GT) Apoio a Gestante e Lactante do MPT, Leonardo Osório.
Durante o debate, as discussões focaram na troca acerca da importância da amamentação para a saúde da pessoa que amamenta e na reflexão sobre como ainda é desafiador conciliar amamentação e vida profissional. Os presentes compartilharam relatos fortes e emocionantes, que trouxeram à tona histórias de discriminação e falta de apoio. “É necessário um movimento coletivo de instituições competentes e, principalmente, mães, para levar esse debate para o ambiente de trabalho, para promover a criação de espaços e, sobretudo, o apoio às lactantes, garantir que elas possam ter seus direitos assegurados e, assim, garantir que seus filhos sejam amamentados e não sofram com o desmame precoce”, comentou Rayalle Lacerda.
Na oportunidade, Andrea Keust também destacou que a empresa ou instituição que assegura a estrutura necessária, o suporte e o apoio à amamentação de suas trabalhadoras cuida da saúde mental dessas pessoas. “Uma mãe que joga precisa parar de amamentar antes do tempo que ela deseja e que precisa descartar o leite materno, devido à falta de estrutura básica, sofre profundamente. Só quem já passou pela experiência da amamentação e valorizava o vínculo criado naquele momento, além de entender como aquele alimento é precioso para o seu bebê sabe que ter que abrir mão disso é muito doloroso. Por isso, é fundamental o entendimento e engajamento dos empregadores nesta causa, que é de todos, não apenas de mãe e do bebê”, colocou.
“A amamentação é um direito assegurado por lei à mulher e trabalhadora. Mas, desde que iniciei minha carreira no MPT, eu nunca vi uma denúncia formal contra uma empresa pela falta de uma sala de aleitamento. Essa ausência de denúncias sinaliza que ainda há falta de informação acerca dos direitos das pessoas que amamentam e dos deveres dos empregadores para com essas pessoas. O número de empresas que oferecem salas adequadas para amamentação e coleta do leite materno ainda é muito baixo”, destacou Leonardo Osório em sua fala. “Uma das missões que assumo com maior orgulho dentro do MPT é multiplicar a informação para que todos possam lutar por seus direitos já garantidos”, completou o procurador do Trabalho.