MPT em Pernambuco participa de audiência pública sobre a garantia do direito de greve no estado

O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco, representado pela procuradora do Trabalho Jailda Pinto, participou, na manhã desta quarta-feira (06), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), da audiência pública “A Garantia do Direito de Greve em Pernambuco”. O encontro, convocado pela Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Alepe, por meio dos deputados Dani Portela e João Paulo, foi promovido a pedido da Comissão de Direito Sindical da Ordem dos Advogados do Brasil/Seccional Pernambuco (OAB/PE).

Na ocasião, Jailda Pinto destacou que o direito de greve e a liberdade sindical é uma garantia social de todo trabalhador e explanou sobre a atuação do órgão ministerial para assegurar esse direito. Lembrou recomendações emitidas pelo MPT para combater condutas antissindicais; bem como pareceres em dissídios coletivos favoráveis ao exercício do direito de greve e o ajuizamento de ação civil pública pelo MPT para reconhecimento do vínculo dos trabalhadores de aplicativos.

“A promoção da liberdade sindical é uma das oito áreas de atuação prioritária do MPT, pois temos o entendimento de que o direito dos trabalhadores beneficia toda a sociedade. O trabalhador que atua em uma jornada digna e justa, presta um melhor serviço para toda a sociedade. Os direitos dos trabalhadores se confundem com os direitos da sociedade. A vocação do MPT é sempre pela defesa da defesa dos interesses coletivos dos trabalhadores”, comentou a procuradora do Trabalho.

Procuradora do Trabalho Jailda Pinto
Procuradora do Trabalho Jailda Pinto

Além de Jailda Pinto, compuseram a mesa de de honra da audiência pública representações da Comissão de Direito Sindical da (OAB/PE), do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), da Procuradoria Geral do Estado (PGE), e da Superintendência Regional do Trabalho em Pernambuco (SRTb/PE). Também marcaram presença na audiência, representantes da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e da Nova Central Sindical, além de sindicatos laborais de várias categorias.

ENCAMINHAMENTOS

Ao fim da audiência, foi proposta a criação de uma comissão prévia de mediação de conflitos trabalhistas; a edição de uma súmula que conste os requisitos e parâmetros em torno do julgamento de greve; e a elaboração de um Projeto Lei que regulamente o exercício do direito de greve em Pernambuco, assim como o da negociação coletiva. Também foi sugerido a criação de um protocolo de atuação dos órgãos policiais em atos de greve, respeitando a liberdade sindical e os direitos humanos fundamentais.

Pelo público presente na audiência, ainda foi proposta a criação uma comissão temática permanente do trabalho na Alepe; a articulação em busca da anistia das multas aplicadas aos sindicatos em momentos de greve; o fortalecimento da mesa de negociação entre os servidores e Governo do Estado; além do encaminhamento, ao Congresso Nacional, da posição da Alepe a favor da ratificação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da regulamentação da greve no serviço público; a criação de uma Lei estadual para definir parâmetros para as greves e negociações entre servidores e Governo; a criação de uma Lei para estabelecer que o poder público só faça o pagamento às empresas de terceirização após a comprovação de pagamento dos trabalhadores.

Audiência pública teve como objetivo tratar da garantia do direito de greve em Pernambuco
Audiência pública teve como objetivo tratar da garantia do direito de greve em Pernambuco