Discussão sobre assédio sexual no trabalho marca Dia da Mulher
Nesta quinta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, ocorreu mais uma edição do MPT Debate. Desta vez, o tema foi assédio sexual no trabalho. O encontro recebeu palestras da procuradora do Ministério Público Trabalho (MPT) em Pernambuco Melícia Carvalho Mesel e da socióloga Adriana Duarte, que é técnica de enfrentamento ao assédio sexual e vinculada ao Coletivo Mulher Vida. O debate ocorreu a partir das 10h, na sala de audiências da sede do MPT.
Abrindo o evento, a procuradora-chefe do MPT-PE, Adriana Gondim, falou brevemente sobre a importância da data, enfatizando a necessidade do respeito e da igualdade de gênero no trabalho. Na sequência, a procuradora Melícia, titular do Coordigualdade na regional, apresentou uma série de dados relativos ao assédio sexual no trabalho. Um deles, foi o estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que aponta que 52% das mulheres do mundo já sofreram com a situação.
Entre as mulheres que sofreram o assédio, uma em cada dez deixam o trabalho, dificultando a participação feminina no mercado. Porém, os números tendem a ser mais preocupantes diante da subnotificação dos casos. “O medo de perder o emprego, o receio de ser culpada e a falta de crença nas instâncias públicas fazem com que as mulheres não denunciem a situação de assédio, o que provoca a subnotificação”, disse a procuradora.
Entretanto, Melícia lembrou que as mulheres têm se organizando em torno de correntes de cooperação mútua. “Feminismo foi a palavra mais procurada no Google em 2017. Ano passado, a Revista Times elegeu o movimento ‘Me too’ como personalidade do ano”, recordou, fazendo referência ao movimento organizado por mulheres que denunciou casos de assédio ao redor do mundo.
Após a palestra da procuradora, a socióloga Adriana Duarte falou sobre sua experiência no assunto diante do Coletivo Mulher Vida. Fundada em 1991, a organização desenvolve ações de prevenção, enfrentamento e a desconstrução da violência doméstica e sexual.
Adriana Duarte alertou para as outras categorias de vulnerabilidade que combinadas contribuem ainda mais para a exclusão, como a cor da pele, a condição econômica, além do gênero. Ela reforçou que o assédio deve ser combatido no dia a dia com relação de cooperação e sororidade, ideia de que as mulheres são parceiras e não concorrentes, entre as mulheres.
“A mudança não pode ser apenas das leis. Devemos enxergar o cotidiano, a violência do dia a dia”, pontuou. A socióloga finalizou o evento sugerindo que “sejamos” o artigo 5º da Constituição Federal, que diz que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se o direito à vida, à liberdade.
Assédio Sexual no trabalho, não se cale!
Entre as palestras, foi exibido um dos vídeos da campanha institucional do MPT em parceria com a OIT sobre assédio sexual no trabalho. Foram produzidos cinco vídeos que mostram como enfrentar a situação, conscientizando trabalhadores e empresas a respeito da prática. Para ter acesso aos vídeos clique aqui.
Além da campanha institucional, o MPT possui outros materiais de combate ao assédio do trabalho. Como a edição do MPT em Quadrinhos dedicada ao tema e a cartilha “Assédio Sexual no Trabalho: Perguntas e Respostas”.
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