Mês do Servidor | Roda de Casos leva ao MPT manhã de recordações com Clélia Galamba
Na manhã desta sexta-feira (18), o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco realizou a 5ª edição do projeto Roda de Casos, recebendo a visita da servidora aposentada Clélia Galamba, que trabalhou no órgão de 1974 até 2006. A atividade é parte da programação do Mês do Servidor. Memória viva de parte do trajeto da instituição no estado, ela narrou para público de estagiários, membros e servidores as recordações dos 32 anos de atuação naquele que foi o seu primeiro emprego.
Clélia Galamba é um daqueles raros exemplos em que a memória institucional de um órgão vai se construindo quase que em perfeito paralelo com a biografia do indivíduo. Com tom de divertimento saudoso, dos que lembram dificuldades há muito superadas, ela falou dos tempos de menos estrutura, quando o MPT era “o primo pobre” operando nas instalações do TRT6.
Artista plástica por vocação, Clélia, em três ocasiões, enquanto estava na ativa, presenteou membros e servidores do MPT com suas telas, que em geral exploram temas ligados ao cotidiano do trabalho. Para o Roda de Casos, as três peças, que hoje são parte do acervo dos gabinetes dos procuradores Regionais do Trabalho Waldir Bitu e Elizabeth Veiga e da Seção de Logísitca, foram expostas no auditório do órgão.
"Expusemos os quadros no auditório como uma forma de expressar que, se ela lembra tanto do MPT, o MPT também não a esqueceu", disse o servidor Tiago Gomes, da Divisão de Gestão de Pessoas, responsável pelo evento.
Clélia Galamba abriu a ocasião lembrando de quando começou a trabalhar na instituição. Na época, o MPT funcionava no prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 6ª Região, com uma sala para os quatro únicos procuradores (o procurador-chefe José Gondim e os procuradores do Trabalho Thereza Bitu, Marcelo Lantavel e Dayse Landaval) e outra para os quatro servidores.
Entre as memórias que foram trazidas, destaca-se a da relação próxima que a servidora vivenciou entre membros e colegas. “Sem que deixasse de haver o mínimo princípio hierárquico que é necessário ao serviço público, o contato entre membros e servidores era muito humano, acolhedor, parceiro”, disse. “Éramos todos um só time, todos muito engajados pela importância do trabalho, todos com orgulho de sermos peerreteanos [nativos da Procuradoria Regional do Trabalho (PRT)]” afirmou.
“Quando a instituição foi se mudar para o espaço alugado, na Avenida Agamenon Magalhães, não havia recursos para contratarmos empresa de mudança, então vieram dois caminhões do Exército Brasileiro, com dois militares para ajudar, e membros e servidores subiram no caminhão para atuar no transporte da mobília e em todos os cuidados para que os processos não voassem no caminho. Eram tempos em que tudo era feito no papel.”
Ela também falou dos mutirões que os profissionais do MPT faziam para tratar processos numa época em que não havia peticionamento eletrônico. “Tínhamos armários imensos cheios de procedimentos, e quando fazíamos os mutirões, estagiários, membros e servidores, nós formávamos equipes, sentávamos no chão e distribuíamos pilhas e mais pilhas de processos para análise inicial, todos com o gosto de prezar pela qualidade do serviço oferecido à sociedade, pelo nosso trabalho, pelo nome da instituição”, afirmou Clélia.
Quanto a casos inusitados, ela também dividiu com todos a recordação do primeiro carro oficial do órgão no estado. “O carro era um Chevrolet. Eu lembro do dia em que houve uma falha mecânica justo durante o transporte de um procurador. Como era falha na bateria, eles precisaram empurrar o carro, para que voltasse a funcionar. O motorista, juntamente com o procurador, retiraram os paletós e empurraram o veículo, até o fazerem pegar.
Nesse momento, o procurador Regional do Trabalho Waldir de Andrade Bitu contribuiu com as memórias apresentadas ao público. “Exatamente. O carro era um Opala, e o motorista era nosso saudoso Mozart, já falecido.”
Clélia lembrou com especial ternura de vários dos colegas profissionais com quem conviveu no MPT. “Essa equipe eu cito aqui porque são pessoas que me marcaram muito, por sempre terem arregaçado as mangas e sido verdadeiros parceiros profissionais, saudosos parceiros. Se esqueço de mencionar alguém, que me perdoem: Adilson, Janette, Augusto, Ludmila, Luiz, Celeste, Fátima Neves, Fátima Figueira, Goretti e Simplício”, afirmou.
A procuradora-chefe do MPT em Pernambuco, Ana Carolina Ribemboim, que esteve presente na ocasião, agradeceu os depoimentos de Galamba e ressaltou a importância de os profissionais do órgão lembrarem sempre os valores tão bem expressos nas recordações da servidora.
“Vocês hoje ouviram em primeira mão um relato de boa parte da história do MPT em Pernambuco, com a maioria dos percalços por que o órgão passou até o momento atual. Se hoje temos uma sede própria, com todas as instalações de primeira linha, não podemos nos esquecer de quem somos nós enquanto equipe, enquanto valor humano, e de sermos todos peerreteanos também no coração”.
Clélia também vivenciou o primeiro concurso público para procurador do Trabalho em Pernambuco. “Eu já estava aqui em 1985, ano do primeiro concurso público para procurador, quando assumiram Valdir Carvalho, Manoel Goulart e Nelson Soares. Os três já não estão mais aqui”.