MPT e Governo de Pernambuco discutem políticas para inclusão de adolescentes no trabalho

O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco recebeu a visita de representantes do Governo do Estado de Pernambuco a fim de tratar de iniciativas voltadas para os adolescentes. O encontro, que ocorreu na sede do órgão no dia 16, teve como objetivo discutir a situação atual da contratação de aprendizes no Estado, uma alternativa indireta ao combate ao trabalho infantil, bem como a profissionalização de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, também por meio da aprendizagem.

O encontro deu continuidade a tratativas que o MPT tem empreendido junto ao governo, em especial a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) e a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase). A reunião anterior havia sido feita em 11 de abril, também na sede do MPT. A próxima está marcada para o dia 14 de junho, às 9 horas, no mesmo local, no bairro do Espinheiro.

De modo geral, a atuação conjunta do MPT e Governo do Estado deseja criar uma frente sólida de aliados na erradicação do trabalho infantil e na inclusão dos socioeducandos, através de políticas públicas. Para o órgão, a aprendizagem tem a possibilidade de oferecer aos adolescentes um trabalho protegido e formação profissional.

“Como é possível que adolescentes a partir de 14 anos possam desenvolver o programa, tem-se a dimensão do trabalho protegido por lei, que é focado na formação profissional de cada adolescente aprendiz. Essa é uma forma também de combate à evasão escolar”, disse a procuradora Jailda Pinto. Em outra frente a ser pensada e aplicada dentro da Funase, a ideia é oportunizar uma realidade diferente aos adolescentes, quando saírem do sistema, por meio da qualificação profissional, reduzindo a vulnerabilidade social e as chances de reincidência em atos infracionais e crimes, se já maiores de 18 anos”, complementou.


Presenças
Estiveram presentes na reunião membros do MPT, entre eles a procuradora-chefe do Trabalho, Adriana Gondim, e os procuradores do Trabalho Ulisses Carvalho, Jailda Pinto e Roberta Komuro; o secretário estadual, Sileno Guedes, o secretário-executivo de assistência social, Joelson Rodrigues, a gerente geral do Sistema Socioeducativo, Suelly Cysneiros, ambos da SDSCJ; a secretária executiva de Pessoal e Relações Institucionais da Secretaria Estadual de Administração (SAD), Marília Lins. A Funase também se fez presente por meio da presidente, Nadja Alencar, e da superintendente geral, Zed Galvão.


Aprendizagem
O contrato de trabalho na modalidade “aprendizagem” pode durar até dois anos e, durante esse período, o jovem é capacitado na instituição formadora e na empresa, combinando formação teórica e prática. Segundo a Lei 10.097/2000, de 2000, empresas de médio e grande portes devem destinar de 5% a 15% é a cota de vagas a jovens de 14 a 24 anos que estejam cursando do ensino fundamental ao superior.

Por lei, as empresas públicas - o estado - não tem obrigação na contratação de aprendizes. No entanto, isso vem sendo estimulado e fomentado pelo MPT - que também tem feito esforços para contratá-los -, no sentido de que todos podem dar contribuição no combate ao trabalho infantil e na oportunização de qualificação profissional para a juventude.

 

Dados
Atualmente, as empresas pernambucanas, que precisam atender ao dispositivo legal, segundo levantamento do MPT, têm potencial para preencher 32.202 vagas. No entanto, somente 12.998 estão preenchidas.

 

Na reunião, membros do MPT e do Governo de Pernambuco dão continuidade à discussão sobre aprendizagem no Estado
Na reunião, membros do MPT e do Governo de Pernambuco dão continuidade à discussão sobre aprendizagem no Estado