MPT participa de reunião na Câmara Municipal sobre abuso e exploração sexual infantil
Nesta segunda-feira (20), às 9h30, o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco, representado pela procuradora Jailda Pinto, participa de reunião pública na Câmara Municipal do Recife. A audiência trata do combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. O evento, realizado no Plenarinho, é aberto ao público, que pode se inscrever no local.
De iniciativa da vereadora Michele Collins, o encontro marca o mês Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes e tem o objetivo de reunir autoridades do poder público para reflexão e planejamento de ações conjuntas de combate ao problema no âmbito local. Na última sexta-feira (10), a Prefeitura da Cidade do Recife sancionou lei municipal de autoria da vereadora que institui o dia municipal de enfrentamento ao problema no mesmo 18 de maio, que marca a data nacionalmente.
Campanha
Para lembrar o dia 18 de maio, data Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Childhood Foundation e o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) lançaram a campanha “A infância pede amor e proteção”. A iniciativa conjunta é desenvolvida nas redes sociais.
A data foi instituída pela Lei Federal nº 9.970/2000 para recordar um crime bárbaro que chocou o país em 1973 em Vitória, no Espírito Santo. Naquele ano, a menina Araceli Cabrera Crespo, de 8 anos, foi espancada, violentada e assassinada. Após 45 anos, o crime continua impune.
Em Pernambuco, a campanha foi articulada com uma série de órgãos e entidades parceiras, por meio da representação local da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente do MPT. A procuradora do Trabalho Jailda Pinto é a responsável pela pasta.
Dados
Segundo dados do Disque-Denúncia, em 2017, foram mais de 120 mil denúncias recebidas, sendo 70 mil relacionadas à violência e violação de Direitos Humanos de crianças e adolescentes. Em 2016, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 22,9 mil atendimentos a vítimas de estupro no Brasil. Mais de 57% desses casos envolviam vítimas de 0 a 14 anos, sendo que seis mil vítimas eram menores de nove anos.
Um estudo realizado pelo projeto Mapear, da Polícia Rodoviária Federal em parceria com a Childhood Foundation, apoiado pelo MPT, as rodovias brasileiras têm 2.487 pontos vulneráveis para exploração sexual de crianças e adolescentes. A pesquisa aponta que 59,5% deles estão em áreas urbanas. Desde janeiro de 2017, 121 crianças e adolescentes foram resgatadas da exploração sexual. Se contabilizados desde 2005, quando a ação passou a ser metrificada, foram 4.776 resgates em todo o país.
Trabalho infantil
A exploração sexual infantil é considerada uma das piores formas de trabalho infantil, segundo o decreto federal 6.481, conhecido como lista TIP. O entendimento legal é que a prática traz prejuízos permanentes para a formação psicológica, emocional e física da criança, devendo ser combatida de forma veemente pelas instituições protetivas.
Denúncias
Uma das formais mais importantes de se combater o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes é denunciando. No caso do abuso, que muitas vezes ocorre no ambiente familiar ou naquele bastante próximo à rotina das crianças, tende a ser mais difícil de ser notado, percebido e denunciado. Há uma série de canais que podem receber essas informações, preservando inclusive o sigilo de quem está relatando, sendo alguns deles:
— Disque 100
— MPT (em todo o Brasil) – www.mpt.mp.br
— PRF – 191
— Conselhos Tutelares de cada município