Procuradora recebe homenagem no Dia Internacional da Mulher

Nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, a procuradora Regional do Trabalho Elizabeth Veiga participou do evento “Mulheres na Carreira Jurídica: conquistas e desafios do século XXI”, organizado pela Escola Judicial (EJ6) do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-PE). Ela também recebeu homenagem em reconhecimento a sua atuação no mundo jurídico trabalhista. A solenidade ocorreu na Sala de Sessões do Pleno do Tribunal.

 

A desembargadora Nise Pedroso com a procuradora Regional Elizabeth Veiga
A desembargadora Nise Pedroso com a procuradora Regional Elizabeth Veiga


Na ocasião, a procuradora Regional pôde contar um pouco da sua história, passando por como chegou ao mundo do direito, relatando vários desafios vividos. Ao lado de outras mulheres de notório destaque nas carreiras jurídicas que seguiram, Elizabeth falou que o direito sempre esteve presente no seu dia a dia, por ser filha de pais advogados.

“Na minha casa, desde que nasci, o assunto é direito. Sou filha de advogados. Tenho dois irmãos, ambos advogados. Casei-me com um advogado. E tive um casal de filhos gêmeos. Um deles, também advogado”, disse.

Dividiu que seu primeiro grande desafio profissional foi suceder o pai na condução do escritório que ele tinha. José Veiga, professor de Direito Civil da Faculdade de Direito do Recife, pai de Elizabeth, morreu aos 54 anos, pouco antes dela se formar. “Foram anos muito difíceis, convivendo com uma pressão de não poder falhar. Uma luta diária, constante e ininterrupta. Mas desistir não era uma opção.”

O segundo maior desafio na carreira de Elizabeth estava intimamente relacionado a sua vida pessoal. Com a decisão de se separar do esposo, que era seu sócio, também se viu diante do desafio de uma requalificação profissional. “Dediquei-me aos estudos com o empenho de sempre, acumulando as funções de estudante de concurso, advogada, diretora da OAB e mãe”, disse, revelando que, nos momentos difíceis, os ensinamentos de minha avó sobre ver as adversidades como oportunidades foram fundamentais para seguir. 

Presenças

Além da procuradora, a mesa expositora contou com a participação da desembargadora do Regional Eneida Melo Correia de Araújo, da desembargadora do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) Daisy Maria de Andrade Costa Pereira, da juíza do TRT-PE Laura Cavalcanti de Morais Botelho e da advogada Adriana Coutinho.

 

Evento da Escola Judicial do TRT6 reuniu mulheres de destaque nas carreiras jurídicas
Evento da Escola Judicial do TRT6 reuniu mulheres de destaque nas carreiras jurídicas


Mulheres

Em seu discurso, a procuradora lembrou que o machismo mora nos detalhes. Citou quatro atitudes que, aparentemente, são gestos insignificantes, mas que “roubam a nossa força de trabalho, nosso espaço e limitam as possibilidades das mulheres”.

As atitudes as quais mencionou são o manterrupting (homens que interrompem as mulheres em reuniões impedindo-as até de completar a frase); bropriating (homens que se apropriam da ideia da mulher e levam o crédito por ela em reuniões); manplaining (homens que ficam a explicar a uma mulher como o mundo é redondo ou seja tentam desmerecer o seu conhecimento); e o gaslighting (a manipulação psicológica que leva a mulher até a duvidar de seu senso de realidade, de sua memória e raciocínio).

“O reconhecimento da existência do problema já é um começo para a solução. Precisamos reagir a estas manipulações com cérebro, bom humor e atitude. Não podemos esperar as condições ideais para a mudança, porque é na adversidade que se muda”, disse. 

Posição

A procuradora em seu discurso aproveitou para dizer que as mudanças da legislação trabalhista que estão sendo propostas pelo Governo não vão gerar empregos. O que gera empregos é o crescimento da economia e não a flexibilização das leis trabalhistas. “Acredito também que a atuação das instituições, com uma visão voltada para gestão e inovação, é o que nos tirará dessa crise econômica”, complementou. 

Homenagem

Elizabeth Veiga aproveitou o espaço para homenagear uma outra mulher, também importante no mundo jurídico, a juíza do Trabalho aposentada, Maria Lygia Soares Outtes Wanderley. "Ela possui uma inegável e inesgotável folha de serviços prestados e é um exemplo que dignifica a magistratura pernambucana. Uma guerreira que posso chamar de amiga e que tenho como referencial", disse. Lygia Outtes tomou posse como juíza em 1988. Foi titular das Varas de Palmares, São Miguel dos Campos em Alagoas, Escada, Pesqueira, Catende, chegando finalmente a Recife onde exerceu a magistratura na 5ª e 19ª Varas da Capital.

Lygia Outtes e Elizabeth Veiga em momento de congraçamento durante o evento
Lygia Outtes e Elizabeth Veiga em momento de congraçamento durante o evento

Fotos: Ascom TRT-PE

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