Nova sede | Histórias junto a Manoel Goulart são relembradas por amigos e colegas de trabalho

Foi inaugurada na última quinta-feira (4) a nova sede do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco. O prédio leva o nome do subprocurador-geral do Trabalho aposentado Manoel Orlando de Melo Goulart, falecido em 2016. Para resgatar parte da memória institucional, a Assessoria de Comunicação reuniu depoimentos de quem conviveu com ele ao longo dos 30 anos em que atuou na instituição. Membros, servidores, prestadores de serviço, amigos e autoridades do mundo jurídico conversaram com a reportagem, lembrando do convívio com Goulart.

 

Depoimentos

“Dr. Goulart é muito presente na minha memória pelo trato humano e pessoal que tinha com todas as pessoas aqui na procuradoria. Ele tratava todos com o mesmo cuidado e com o mesmo carinho, procuradores, servidores, terceirizados, estagiários. Ele sempre se preocupava muito com o bem-estar de cada um aqui. Acho muito louvável o prédio receber o nome dele, porque ele chegou a trabalhar duro pela construção de uma sede do MPT concentrada em um edifício. Lembro que chegamos à fase da licitação que contrataria uma empresa, mas na época o projeto acabou não saindo. Uma sede desse porte para o MPT é a realização de um sonho dele também.” Almir Chagas, servidor do MPT-PE.

 

Manoel Goulart participa de mobilização contra o trabalho escravo, junto à procuradora do MPT Débora Tito
Manoel Goulart participa de mobilização contra o trabalho escravo, junto à procuradora do MPT Débora Tito

 

“A história do meu contato com Dr. Goulart se confunde com a maior parte da minha história no Ministério Público do Trabalho, que foi meu único lugar de trabalho na vida. Desde quando eu o conheci, no dia 1º de junho de 1994, ele sempre foi companheiro, amigo, receptivo com todos, chegava inclusive a ser brincalhão em algumas horas. Isso tudo fazia com que o local de trabalho tivesse um ambiente leve, de bom convívio, saudável de se trabalhar e produzir. Ele chegava a construir com as pessoas relações profissionais muito boas e que se fortaleciam muito com isso de ele ser um verdadeiro pai, um homem que estava sempre disponível a todos, a ajudar todos. Trabalhei com ele durante 11 anos aqui. Com um tempo ele se tornou um amigo, tendo inclusive sido meu padrinho de casamento.” Carlos Carvalho, servidor MPT-PE.

 

Manoel Goulart junto a estagiários e terceirizados, no São João de 2012 no MPT-PE
Manoel Goulart junto a estagiários e terceirizados, no São João de 2012 no MPT-PE

 

“Manoel Goulart... Falar do meu saudoso querido amigo Goulart é muito fácil, porque o Goulart foi um colega extremamente diferenciado, competente, atuante, respeitado na Instituição, no Judiciário e na sociedade. A base de atuação do Goulart foi o amor. Creio que é o amor aliado à generosidade, inclusive quando exerceu o cargo de corregedor-geral do Ministério Público do Trabalho, reconhecimento que se materializa com a inauguração da nova sede da Procuradoria Regional do Trabalho da 6ª região. Parabenizo a doutora Adriana Gondim procuradora-chefe da Regional, e os colegas da 6ª região pela justa homenagem. E parabenizo também a sociedade pernambucana, especialmente aos trabalhadores que no Edifício Manoel Orlando de Melo Goulart contarão sempre com os nossos valorosos e combativos colegas na defesa dos direitos sociais constitucionalmente garantidos aos trabalhadores. Gratidão à 6ª região, pela oportunidade de publicamente dizer: Obrigada, Goulart!” Ivana Santos, subprocuradora-geral do Trabalho. 

 

“Na época em que ingressei no MPT, Manoel Goulart era o procurador-chefe. Lembro nitidamente do seu sorriso e satisfação ao receber novos procuradores na Regional. Sempre pronto a ajudar, ciente de nossa pouca experiência na função, colocava-se à disposição para nos acompanhar em audiências e outros atos. Tratava-nos como tutor e como pai, orgulhoso de nós, muito disponível e carinhoso. Tenho a certeza de que, com sua alegria e grande coração, tocou a vida de todos os que aqui trabalhavam, procuradores, servidores, estagiários e terceirizados.” Lívia Viana de Arruda, vice-procuradora-Chefe do MPT em Pernambuco.

 

“Ah, mas eu lembro dele com muito carinho! Sempre tratou muito bem os terceirizados, com muito cuidado e apego, perguntava se você estava bem, desejava um bom dia bem sincero sempre. Quando eu me aposentei, ele ainda trabalhava, sabe? Eu recebi com muito pesar a notícia da morte dele, em 2016, e ainda hoje eu não assimilei completamente. Sempre que eu penso no MPT, onde eu trabalhava, eu imagino ele ainda por lá. Só num momento seguinte é que me vem à mente o fato de que ele partiu.” Maria do Socorro Moreira, ex-prestadora de serviço do MPT-PE.

 

Goulart participa de panfletagem de procuradores contra o trabalho escravo
Goulart participa de panfletagem de procuradores contra o trabalho escravo

 

 

“Eu tenho de Goulart as melhores memórias, porque quando eu tomei posse como procuradora, ele era o chefe da regional. Além de um excelente procurador, com uma capacidade técnica enorme, ele tinha um aspecto humano que era o que mais se destacava. Tratava todos muito bem, do procurador ao vigilante. Ele nunca mudava o tratamento. Era sempre muito atencioso, sabia ouvir, sabia conciliar. Tinha o espírito de um verdadeiro líder: sabia agregar, conseguia conciliar as diferenças de pontos de vista e era realmente uma figura que era unanimidade na nossa regional. Quando eu tomei posse, ele nos recebeu e nós nos sentimos acolhidos. Ele não era só um Colega, que era nosso chefe: ele era como se fosse um pai. E ele manteve esse espírito até sua partida, que deixou muita falta.” Melícia Mesel, procuradora do MPT-PE.

 

“Ele era um ser humano ímpar. Figura de um perfil conciliador e muito forte, lidava com todos de forma igual e muito simples, independentemente do nível social. Ele foi uma das melhores pessoas que eu pude conhecer, tanto na minha vida profissional como no meu contato com o ser humano, com o cidadão do dia-a-dia.” Paula Frassinetti, servidora do MPT-PE.

 

Goulart em reunião com membros e servidores da Regional, da SRTE  e da Orquestra Criança Cidadã
Goulart em reunião com membros e servidores da Regional, da SRTE e da Orquestra Criança Cidadã

 

“Ele era, antes de tudo, uma pessoa extremamente generosa, com todos, fossem os de nível social mais alto ou os de nível social mais alto. Ele gostava de ajudar, aconselhava e servia a todos, fosse na área jurídica, quando alguém recorria a ele pedindo ajuda, seja na área pessoal. Ele gostava muito de viajar, sempre foi muito estudioso, uma pessoa extremamente ativa. A família dele tinha o maior cuidado com a mãe, com as irmãs e os sobrinhos. Sempre foi muito dedicado aos filhos, não media esforços pra alcançar os objetivos, era muito carinhoso com a esposa, amava a sua família. Eu o conheci na época da advocacia e ele foi uma pessoa que me ajudou muito, como ajudava a vários outros.” Rivaldo Barros Junior, amigo pessoal.

 

“Goulart foi pra mim uma amizade real. Isso não significa que não tivemos atritos dentro da procuradoria. É um amigo que eu fiz de advocacia, onde trabalhamos juntos durante sete anos, no mínimo. A minha relação com ele sempre foi de confiança total. No MPT, ele foi meu substituto enquanto fui procurador-chefe. Quando instalei duas procuradorias (Alagoas e Rio Grande do Norte), designei Goulart para cuidar disso, e tudo correu bem. Goulart era um profissional exemplar e tinha uma característica particular: o amor e a dedicação pela família, sejam os vínculos mais diretos, como filhos, estendendo aos demais parentes, como irmãos, sobrinhos, todo mundo”. Valdir José da Silva De Carvalho, desembargador-presidente do TRT da 6ª Região, membro do MPT de 1985 a 2002.

 

“Para mim foi uma honra ter convivido, trabalhado e participado de tantos momentos junto ao ser humano Manoel Goulart. Agradeço a oportunidade de ter ingressado nesta casa em sua gestão.” Walquíria Mendes, servidora do MPT-PE.

 

Arquivo

Em setembro de 2015, o já aposentado Manoel Goulart concedeu entrevista ao informativo interno mensal da Procuradoria Regional do Trabalho da 6ª Região. O registro deixa comprovado a reciprocidade que havia, no carinho e na afeição, por parte do procurador, pelo MPT em Pernambuco e pelas pessoas com quem construiu relações que foram além do aspecto profissional.

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